5 de janeiro de 2017

O futuro de Tuparetama está na sua decepção

Eu desconfio de politica. E acho que se alguém deseja entende-la, deve desconfia-la. E é por desconfiar que eu já tinha previsto, quero dizer, bem em nosso linguajá: eu já havia cantado essa pedra.

Claro que estou me referindo ao resultado das últimas eleições em Tuparetama. Não posso dizer que o governo da Frente Popular represente assiduamente os anseios dos tuparetamenses. Mas posso, sim, com certeza, afirmar que o povo é o mesmo. A tal vox populi, vox dei, é a mesma que quando tem que escolher entre Jesus e Barrabás, vai pelo que instiga mais barulho. Foi assim que optaram retornar ao velho modo político, trazendo para a gestão de 2017-2020 o mesmo protagonista de seu atraso cultural, social político. 

Eu frequento a cidade desde os idos de 1996. Mais frequentemente dos anos de 2010 para cá . Em 2013 empreendi iniciativas sociais que beneficiaram centenas de pessoas. Nada sob a tutela política. Mas, tendo todo o apoio do prefeiturável de então, o Sr. Dêva Pessoa, como assim o conheci.  E, por falar em conhecê-lo, quando digo que cantei essa pedra, estou trazendo a memória o exato momento em que o identifiquei um nativo apaixonado. Mais gente que político. Mais humano que gestor. Mas mais gestor que político. Diferente do anterior que era e é mera e popularmente político. 

Confesso que eu até mantinha certa resignação em fazer qualquer juízo a respeito da gestão anterior, a do Sr. Sávio Torres, até que ouvindo um discurso seu na última campanha (2016) tive a certeza de que estava diante de um retórico populista, a la Lula,  no entanto, menos sofisticado na autovitimização quando disse  claramente - no discurso-: "sou um homem honesto. Pobre, mais honesto!" - Como? É isto mesmo: ele disse que era pobre, sendo um dos mais bem sucedidos na cidades (sem questões sobre a origem, tá?). Pronto! Foi a gota d`água para que ficasse claro para mim que o que me diziam a seu respeito não eram meras picuinhas. 

Mas vamos adiante...

Dêva Pessoa era o tipo GESTOR que tinha de tudo para dar errado como POLÍTICO. Isto por que no Brasil gestão e política são coisas díspares e quase inconciliáveis.  Por um momento eu achei que os tuparetamenses haviam feito a escolha certa optando por alguém que era do povo e um bom gestor. Mas, infelizmente, não fazia a política da politicagem, do fisiologismo barato e corrupto.

Os tuparetamenses, no entanto, fizeram sua escolha. E terão que lidar com ela. Aliás, já começaram as reclamações  dos que venderam sua consciência a proposta de um emprego que não virá. Era somente uma questão de campanha eleitoreira. Daquelas que não só os tuparetamenses, mas os brasileiros levarão muito tempo para tomarem consciência do que fere suas dignidades.

O que espero?

Espero que o atual governo tenha oposição. Que os parlamentares/vereadores sejam rijos no cumprimento de suas atribuições fiscalizadoras e de representação. Mas também que o povo, novamente submetidos a velha política, possam acordar de seus sonos mórbidos. Sem dúvidas, um prefeito sobrecarregado de processos judiciais terá muita dificuldade de entender que seu velho modo de político já faliu.

Custe o que custar, Tuparetama aprenderá que é pra frente que se anda.


Por Fernando Lima

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